Apesar de explosão de foguete, SpaceX avança no objetivo de chegar à Lua
A SpaceX lançou, neste sábado (18), o foguete Starship, o maior e mais poderoso já construído, cujos dois módulos se separaram com sucesso antes de explodirem, segundo a empresa de Elon Musk.
O módulo Starship, colocado no topo do foguete, se separou com sucesso do propulsor Super Heavy, mas as duas partes explodiram antes de iniciar a descida programada, de acordo com comentaristas da SpaceX que narravam o lançamento.
O foguete, composto por dois andares - o propulsor Super Heavy e seus 33 motores, e a nave Starship -, tem 120 metros de altura e decolou pouco depois das 7h, horário local (10h em Brasília), da base da empresa em Boca Chica, no Texas.
No primeiro teste, os dois andares não puderam se separar durante o voo, mas neste sábado conseguiram fazê-lo.
A Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA, na sigla em inglês), agência reguladora aérea americana, informou, por meio de nota, que houve um "incidente" durante o voo.
"A anomalia provocou a perda da máquina", acrescentou a agência, detalhando que não foram reportados feridos ou outros danos materiais.
"A FAA vai supervisionar a investigação realizada pela SpaceX" para determinar as causas do incidente, prosseguiu a agência, que deverá aprovar as conclusões da investigação e as ações corretivas que a SpaceX vai realizar antes de autorizar qualquer novo lançamento.
- "Sucesso parcial fantástico" -
Para a analista do setor espacial Laura Seward Forczyk, "foi um sucesso parcial fantástico". Este lançamento "superou minhas expectativas", contou à AFP.
Este segundo voo de teste da SpaceX foi acompanhado de perto pela Nasa, que conta com esta nave para suas missões de retorno à Lua.
Neste sábado, o diretor da agência espacial americana, Bill Nelson, parabenizou a empresa de Musk pelos "progressos" realizados neste lançamento, citando uma "oportunidade de aprender e logo voltar novamente".
"Juntos, a Nasa e a SpaceX levarão novamente a humanidade à Lua, Marte e além", escreveu na rede X (antigo Twitter).
Em 20 de abril, a Starship decolou pela primeira vez em sua configuração completa, mas vários motores falharam e a empresa espacial explodiu intencionalmente o foguete quatro minutos depois.
Pedaços de concreto foram catapultados pela potência dos motores e um incêndio começou em um parque regional próximo. A Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA, na sigla em inglês) abriu uma investigação antes de conceder a autorização, na quarta-feira, para um segundo lançamento.
A plataforma de voo foi reconstruída em sete meses e um sistema de "dilúvio" de água foi instalado e testado para atenuar as ondas sonoras e limitar as vibrações. Entretanto, grupos ambientalistas processaram a FAA, alegando que a agência avaliou incorretamente o impacto ambiental do novo foguete.
- Reutilizável -
Para a SpaceX, a explosão de protótipos é menos problemática do que para a Nasa, que é gerenciada com fundos estatais, afirmam especialistas.
Mas o desenvolvimento da Starship não parece ser suficientemente rápido para estar à altura dos planos da Nasa, que assinou um contrato com a SpaceX.
Uma versão modificada da máquina deve servir como módulo de pouso lunar para levar astronautas à Lua pela primeira vez desde 1972. Esta missão, denominada Artemis 3, está oficialmente marcada para 2025, data que parece cada vez mais irreal.
Musk quer transformar a Starship em "um meio de transporte para qualquer destino no sistema solar", incluindo Marte. Seu objetivo é estabelecer uma colônia autônoma no planeta vermelho, para tornar a humanidade uma espécie multiplanetária.
Se o tamanho da Starship é "absurdo", explica, é porque construir uma "base permanente na Lua e uma cidade em Marte" exige transportar milhões de toneladas de carga.
A Starship é maior que o novo megafoguete da Nasa, SLS (98 m), e o lendário Saturno V, foguete do programa lunar Apollo (111 m).
Mas a verdadeira inovação da Starship é que ela deve ser totalmente reutilizável.
L. Pchartschoy--BTZ