Exército russo afirma que Ucrânia lançou 'contra-ataque' na região russa de Kursk
O Exército russo declarou neste domingo (5) que a Ucrânia havia lançado "um contra-ataque" na região russa de Kursk, onde as forças de Kiev já controlam várias centenas de quilômetros quadrados desde uma ofensiva em agosto de 2024.
Embora ainda não seja possível estimar o quanto a Ucrânia avançou na região, blogueiros militares pró-Kremlin informaram que uma nova e poderosa ofensiva ucraniana está em curso.
"Por volta das 9h00 horas locais (3h em Brasília), o inimigo lançou um contra-ataque para impedir o avanço das tropas russas na área de Kursk", afirmou o Ministério da Defesa da Rússia em comunicado.
A Ucrânia usou dois tanques, uma dúzia de veículos blindados e uma unidade de demolição em sua nova ofensiva, que tinha como alvo a localidade de Berdin, acrescentou o ministério.
"A operação para destruir o grupo de assalto do Exército ucraniano continua", declarou.
As forças ucranianas tomaram a cidade de Sudzha logo após o lançamento de sua ofensiva em agosto e mantiveram-a sob seu controle desde então.
As autoridades ucranianas forneceram informações limitadas sobre a ofensiva.
"A Rússia está recebendo o que merece. Os russos estão muito preocupados com a região de Kursk porque foram atacados de várias direções e foi uma surpresa para eles", disse o chefe do gabinete presidencial ucraniano, Andrey Yarmak.
Vários blogueiros militares pró-Kremlin admitiram que os militares russos estavam sob pressão em Kursk.
"Os principais sucessos da nova ofensiva do Exército ucraniano claramente ainda estão por vir", disse o famoso blogueiro pró-Rússia Rybar.
- Tropas norte-coreanas -
Kiev tomou dezenas de localidades na região de Kursk depois de iniciar sua ofensiva em 6 de agosto de 2024, mas seus avanços foram interrompidos depois que a Rússia enviou reforços para a área, incluindo milhares de soldados de seu aliado norte-coreano.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, disse na noite de sábado que "cerca de um batalhão de soldados de infantaria norte-coreanos e tropas aerotransportadas russas" foram derrotados em vários confrontos na região de Kursk naquele dia e no anterior.
A nova ofensiva militar ucraniana chega em um momento crítico no conflito de três anos, já que o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, cuja posse ocorrerá em 20 de janeiro, prometeu negociar rapidamente um cessar-fogo entre Kiev e Moscou.
A administração do presidente em fim de mandato, Joe Biden, prometeu quase US$ 6 bilhões (quase R$ 37 bilhões na cotação atual) em ajuda militar e orçamentária à Ucrânia antes da posse do republicano.
Rússia e Ucrânia atacam-se regularmente desde o início do ano. Moscou anunciou no sábado que abateu dezenas de drones ucranianos na noite anterior em um bombardeio que danificou edifícios e disparou alarmes antiaéreos. Kiev afirmou, por sua vez, que a Rússia lançou 103 drones em seu território.
Quatro aeroportos russos suspenderam brevemente o tráfego aéreo no domingo por razões de "segurança", forçando pelo menos oito aeronaves a mudar de rota, disse um porta-voz da Rosaviatsia, a agência de aviação civil da Rússia.
C. Fournier--BTZ