Comunidade internacional pede estabilidade a rebeldes sírios após queda de Assad
Os rebeldes liderados por grupos islamistas derrubaram neste domingo (8) o regime do presidente sírio, Bashar al Assad, com uma ofensiva relâmpago, um momento de mudança para o país, devastado por uma guerra civil.
Confira algumas reações da comunidade internacional:
- ONU: "ocasião histórica" -
"Após 14 anos de guerra brutal e a queda do regime ditatorial, o povo sírio pode, hoje, aproveitar uma ocasião histórica para construir um futuro estável e pacífico", declarou o secretário-geral da ONU, António Guterres.
Ele pediu para "evitar a violência nesse período sensível, protegendo os direitos de todos os sírios, sem distinções".
- Biden: "ato fundamental de justiça" -
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, celebrou a queda de Bashar al Assad na Síria.
Em um discurso na Casa Branca, Biden disse que "a queda do regime é um ato fundamental de justiça" e uma "oportunidade histórica" para que os sírios "construam um futuro melhor".
Ele alertou que alguns dos grupos que participaram da ofensiva contra o governo de Assad têm "antecedentes de terrorismo e violação dos direitos humanos".
Quando questionado pela imprensa, acrescentou que "Assad deve ser responsabilizado".
- Trump: "Rússia não estava mais interessada em proteger" Assad -
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, atribuiu a queda de Assad à perda de apoio por parte da Rússia.
"Assad foi embora", escreveu Trump em sua plataforma Truth Social. "Seu protetor, Rússia, Rússia, Rússia, liderada por Vladimir Putin, não estava mais interessado em protegê-lo."
- Nicarágua: "caminhos próprios" -
O governo da Nicarágua disse, em um comunicado, que analisou a situação na Síria e convocou "ao respeito e à não intervenção". Destacou a "sabedoria dos povos que, como na Síria, vivem sua cultura milenar e, portanto, certamente saberão encontrar caminhos próprios, tomando suas próprias decisões".
- China: "estabilidade" -
O governo chinês "acompanha de perto o desenvolvimento da situação na Síria e espera que a Síria volte à estabilidade o mais rápido possível", afirmou o Ministério das Relações Exteriores.
- UE: cai uma "cruel ditadura" -
A União Europeia (UE) está pronta para ajudar a reconstruir uma Síria que proteja as minorias após a queda da "cruel ditadura" de Assad, declarou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
- Irã: "diálogo político" -
Diplomatas do Irã, país aliado de Bashar al Assad, supostamente abandonaram a embaixada em Damasco antes que a representação fosse atacada por "indivíduos desconhecidos" neste domingo, informou a televisão estatal iraniana.
No sábado, o chanceler iraniano, Abbas Araqchi, exigiu um "diálogo político" entre o governo sírio e os grupos da oposição.
- Turquia: país "mergulhado no caos" -
O chanceler turco, Hakan Fidan, afirmou que a queda do regime de Assad não foi repentina, e sim o resultado da guerra civil.
"Isto não aconteceu em uma noite. Nos últimos 13 anos, o país está mergulhado no caos", disse Fidan.
- Israel: cai "elo central do eixo do mal" -
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, qualificou a derrubada de Bashar al-Assad na Síria como um "dia histórico no (...) Oriente Médio" e a queda de um "elo central do eixo do mal" dirigido pelo Irã.
- Arábia Saudita: evitar "caos e divisão" -
A Arábia Saudita, que apoiou os grupos rebeldes sírios no início do conflito, mas reatou as relações bilaterais com a Síria após sua reintegração à Liga Árabe em 2023, pediu esforços combinados para proteger a Síria do "caos e da divisão".
- Emirados Árabes Unidos: "trabalhem juntos" -
O governo dos Emirados Árabes Unidos pediu aos sírios que colaborem para evitar uma espiral de caos.
"Esperamos que os sírios trabalhem juntos, que não observemos outro episódio de caos iminente", afirmou o conselheiro presidencial Anwar Gargash.
- França: "momento de união" -
Ao celebrar o fim do regime de Assad, a França fez um apelo para que os sírios "rejeitem qualquer forma de extremismo".
"O regime nunca parou de colocar os sírios uns contra os outros e a Síria está fraturada e fragmentada, chegou o momento de união", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Christophe Lemoine, que pediu uma transição política pacífica.
- Alemanha: "proteção total para as minorias" -
"Agora, o país não deve cair nas mãos de outros radicais, independente da forma que tiverem", disse a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock.
Baerbock pediu "proteção total para as minorias étnicas e religiosas, como os curdos, alauitas ou cristãos", e um regime político inclusivo.
- Espanha: solução "pacífica" -
A Espanha apoiará "que qualquer solução para o futuro da Síria seja uma solução pacífica (...) em benefício do povo sírio, que de alguma forma proporcione uma nova estabilidade ao Oriente Médio e não mais instabilidade", disse o chanceler espanhol, José Manuel Albares.
- Reino Unido: caiu um "regime selvagem" -
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, afirmou em um comunicado que "o povo da Síria sofreu sob o regime selvagem de Assad por muito tempo" e que o Reino Unido celebra sua queda.
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L. Pchartschoy--BTZ