Ao menos 25 palestinos mortos após três dias de ataques entre Israel e Gaza
Israel e os grupos armados da Faixa de Gaza entraram em conflito novamente nesta quinta-feira (11), no terceiro dia de uma escalada da violência que já matou 25 palestinos, incluindo várias crianças, de acordo com o grupo islâmico Hamas.
A explosão da violência começou na terça-feira (9) com ataques israelenses contra o movimento Jihad Islâmica, considerado "terrorista" por Israel, UE e Estados Unidos.
Na manhã desta quinta-feira, o exército israelense anunciou que atacou uma plataforma de lançamento de obuses da Jihad Islâmica. Algumas horas antes, as Forças Armadas do Estado hebreu anunciaram que mataram um líder militar do movimento.
A organização anunciou que lançou durante a manhã uma nova série de foguetes contra o território israelense, onde as sirenes de alerta foram acionadas em várias cidades.
Desde o início dos disparos de foguetes na quarta-feira, 507 projéteis foram lançados na direção de Israel e 154 foram interceptados pelo sistema de defesa antiaérea, segundo o exército.
O ministério da Saúde de Gaza, governado pelo grupo islâmico Hamas, anunciou um balanço de 25 mortos, incluindo várias crianças, e 76 feridos desde terça-feira.
Os ataques israelenses mataram combatentes da Jihad Islâmica e da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), informaram os dois grupos armados.
Os serviços de emergência de Israel não relataram vítimas no país.
"Ainda estamos no meio da operação", declarou na quarta-feira à noite o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
"Aqueles que provocam danos, aqueles que enviam terroristas, pagarão o preço", acrescentou.
O governo do Irã, que apoia a Jihad Islâmica, denunciou o que chamou de "atrocidades dos sionistas".
"A Palestina e seus grupos de resistência estão unidos, decididos e equipados", afirmou no Twitter o porta-voz do ministério iraniano das Relações Exteriores, Naser Kanani. Ele também declarou que com os ataques, Israel não conseguirá nada mais que a "derrota".
Na cidade de Gaza, os estabelecimentos comerciais estavam fechados e as ruas desertas nesta quinta-feira.
Em Beit Lahia, norte da Faixa de Gaza, os moradores contabilizavam os danos após um ataque israelense que destruiu um edifício de três andares.
"Havua crianças nesta casa. Não havia lança-mísseis ou armas", declarou Um Rani al Masri, 65 anos.
A Jihad Islâmica afirmou que "os assassinatos israelenses não ficarão impunes" e que "todas as opções estão sobre a mesa".
O Hamas destacou que os lançamentos de foguetes procedem da "resistência unificada" e constituem uma resposta "aos massacres" executados pelo exército israelense.
O Egito, mediador habitual entre Israel e os grupos armados de Gaza, está tentando negociar um cessar-fogo.
Mohammed al Hindi, secretário do departamento político da Jihad Islâmica, viajou para o Cairo.
- "Não temos medo" -
Desde os primeiros lançamentos de foguetes palestinos, as sirenes foram acionadas inclusive na área metropolitana de Tel Aviv e na cidade de Beersheva, no sul de Israel.
Em Ashkelon, a 20 km do norte da Faixa de Gaza, os estabelecimentos comerciais abriram nesta quinta-feira e os moradores retomaram as tarefas diárias.
"Não é a primeira vez que (foguetes) atingem minha casa, mas não tenho medo", declarou à AFP Miriam Keren, 78 anos. "No começo ficamos em estado de choque, mas não temos medo, é apenas muito desagradável".
Em agosto de 2022, três dias de confrontos entre Israel e a Jihad Islâmica terminaram com 49 palestinos mortos, incluindo 19 crianças, de acordo com a ONU. Mais de mil foguetes foram lançados de Gaza contra Israel e três pessoas ficaram feridas.
F. Schulze--BTZ