Aliados da Ucrânia preparam nova ajuda antes de possível contraofensiva contra a Rússia
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, estava convencido nesta sexta-feira (21) de que a Ucrânia está pronta para lançar uma contraofensiva que lhe permitirá recuperar territórios ocupados pelas tropas invasoras russas.
"Estou confiante de que [os ucranianos] estão em posição de libertar mais territórios", declarou Stoltenberg, à margem de uma reunião de cerca de 50 países aliados da Ucrânia na base militar americana em Ramstein, Alemanha.
Horas antes, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, disse nesta sexta-feira (21) que o apoio internacional à Ucrânia continua "verdadeiro e firme".
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, pediu na quinta-feira aos aliados ocidentais que enviem mais caças e mísseis de longo alcance.
Zelensky fez seus pedidos diretamente a Stoltenberg, que visitou Kiev antes de seguir para Ramstein.
“Na reunião do Grupo de Contato de hoje, vamos nos concentrar em três questões principais: defesa aérea, munições e facilitadores”, disse Austin, referindo-se à logística e outros apoios que permitem a operação das unidades militares.
Zelensky pediu a ajuda da Otan para "superar a relutância" de alguns Estados-membros em fornecer foguetes de longo alcance, aviões de combate modernos e veículos blindados.
A reunião de Ramstein atraiu a ira de Moscou contra os países ocidentais.
O Ministério russo das Relações Exteriores disse que essa iniciativa "confirma a participação direta (desses países) no conflito e a participação no planejamento de operações militares".
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, também acusou a Otan de tentar "absorver e arrastar a Ucrânia para a aliança", o que, segundo ele, mostra que a Rússia estava certa em "lançar esta operação" para garantir sua segurança.
Alguns membros da Otan enviaram caças da era soviética para a Ucrânia, mas até agora nenhuma aeronave moderna, como o F-16 projetado pelos EUA, apesar dos apelos de Kiev.
Os parceiros ocidentais da Ucrânia também relutam em enviar foguetes de longo alcance por medo de que a Ucrânia os use para atacar alvos dentro da Rússia.
Apesar disso, Stoltenberg reconheceu a necessidade de se falar em novas “plataformas” de apoio ao conflito, e sublinhou a necessidade de garantir que as armas já fornecidas continuem funcionando.
"Agora, esta é uma batalha de atrito e uma batalha de atrito se torna uma guerra de logística", disse o chefe da Otan.
- Defesa antiaérea -
Stoltenberg revelou que a Ucrânia já recebeu sistemas de mísseis Patriot terra-ar dos Estados Unidos e da Alemanha, sem especificar a quantidade.
A Ucrânia há muito tempo exigia esse material de seus aliados ocidentais para se defender contra ataques de mísseis russos e repelir a invasão.
Na região de Luhansk, no leste da Ucrânia, jornalistas da AFP viram um grupo de soldados usando artilharia fornecida pelo Reino Unido.
Nesta área, a vários quilômetros das posições russas, os militares trabalharam com a peça de artilharia fixada ao solo. Um carregava projéteis na arma enquanto outros ajustavam as coordenadas e carregavam a arma antes do comando final "Fogo!".
Durante a visita de Stoltenberg a Kiev, o chefe da Otan sublinhou que a entrada da Ucrânia na aliança não é uma prioridade imediata.
"Todos os aliados da Otan concordaram que a Ucrânia se torne um membro da Otan, mas o foco principal agora é, obviamente, como garantir que a Ucrânia prevaleça", disse ele.
"Sem uma Ucrânia soberana e independente, não faz sentido falar em adesão", afirmou.
P. Hansen--BTZ