Biden anuncia US$ 1 bi contra a mudança climática em países em desenvolvimento
Joe Biden anunciou, nesta quinta (20), mais 1 bilhão de dólares para lutar contra a mudança climática nos países em desenvolvimento, em uma reunião virtual na qual também participou o presidente Lula. Biden também pedirá ao Congresso americano a aprovação de US$ 500 milhões para o Fundo Amazônia.
Além de Lula, a reunião do Fórum das principais economias sobre energia e clima, a quarta que Biden organiza como presidente, também contou com a participação do enviado da China para o clima, Xie Zhenhua, além de outras lideranças.
Biden anunciou uma contribuição de 1 bilhão de dólares ao Fundo Verde para o Clima, que financia os esforços dos países mais ricos para ajudar as economias em desenvolvimento a mudar para energias mais limpas e construir infra-estrutura resistente.
"Os impactos da mudança climática serão mais percebidos por aqueles que menos contribuíram para o problema, incluindo as nações em desenvolvimento. Como grandes economias e grandes emissores, devemos intensificar e apoiar estas economias", afirmou Biden.
Esse dinheiro está disponível de imediato, informou à imprensa um funcionário americano sob anonimato.
Durante o fórum, Lula se queixou de que os países desenvolvidos não se envolvem o suficiente.
"Desde que o compromisso foi assumido, em 2009, o financiamento climático oferecido pelos países desenvolvidos se mantém abaixo da promessa de 100 bilhões de dólares por ano. É preciso que todos façam sua parte", disse, segundo o governo brasileiro.
Os outros 500 milhões de dólares que Biden quer destinar ao Fundo Amazônia podem tropeçar em uma negativa do Congresso.
Esse fundo é um mecanismo financeiro multilateral gerenciado pelo Brasil para a luta contra o desmatamento.
Lula afirmou na reunião que o desmatamento da Amazônia se reduziu "em mais de 80% ao longo de uma década" durante seus mandatos anteriores. Seu objetivo é acabar com ele até 2030.
"Temos o compromisso de reflorestar 12 milhões de hectares e estamos fortalecendo os investimentos em bio-economia, assegurando trabalhos dignos e sustentáveis para os 25 milhões de brasileiros que vivem na região" amazônica e "em agosto, vamos reunir os líderes dos (outros) oito países amazônicos, com o objetivo de impulsionar uma nova agenda em comum", detalhou Lula.
Biden considera prioritário lutar contra a mudança climática e se propõe a reduzir as emissões dos Estados Unidos entre 50% e 52% até 2030, em comparação com os níveis de 2005, como parte dos compromissos mundiais adquiridos no Acordo de Paris para limitar o aumento da temperatura global em 1,5º centígrados.
"Temos que intensificar nossas ambições", disse Biden aos outros líderes, diante do que considera um "momento de grande perigo, mas também de grandes possibilidades".
I. Johansson--BTZ