Novo presidente do Sri Lanka toma posse
O primeiro presidente de esquerda da história do Sri Lanka, Anura Kumara Dissanayaka, tomou posse nesta segunda-feira (23) e prometeu fazer "todo o possível" para ajustar o país, dois anos após a grave crise econômica que abalou a ilha ao sul da Índia.
O político de 55 anos, marxista de formação, prestou juramento na capital, Colombo, diante do presidente da Suprema Corte, Jayantha Jayasuriya.
"Tenho plena consciência da importância do mandato que recebi", declarou o novo presidente em um breve discurso.
"Não sou mágico. Vou pedir conselhos ao meu redor e farei todo o possível [...] minha responsabilidade é participar no esforço coletivo para sair desta crise", acrescentou.
Dissanayaka venceu no domingo as primeiras eleições presidenciais organizadas no país desde a grave crise econômica de 2022.
Em um cenário de descontentamento popular com as medidas de austeridade impostas em troca de um pacote de resgate do Fundo Monetário Internacional (FMI), Anura Kumara Dissanayaka recebeu 42,3% dos votos.
O líder da oposição parlamentar, Sajith Premadasa, recebeu 32,7% dos votos e o atual presidente, Ranil Wickremesinghe, apenas 17,2%.
"O sonho que carregamos durante décadas finalmente se tornou realidade", comemorou Dissanayaka no domingo em uma mensagem na rede social X. "Juntos estamos prontos para reescrever a história do Sri Lanka", acrescentou.
O novo presidente lidera a Frente de Libertação do Povo, um grupo de esquerda que estava na origem de duas insurreições nas décadas de 1970 e 1980 que deixaram mais de 80 mil mortos.
Desde então, Dissanayaka renunciou à lua armada e aceitou amplamente a economia de mercado.
Na campanha, o novo presidente denunciou as elites "corruptas" responsáveis, na opinião dele, pelo colapso de 2022 e prometeu reduzir os impostos sobre produtos básicos.
A grave crise de 2022 provocou meses de escassez de comida, combustíveis e medicamentos. Também desencadeou grandes protestos que resultaram na fuga do então presidente Gotabaya Rajapaksa quando uma multidão invadiu o palácio presidencial.
S. Soerensen--BTZ