Merck desafia na Justiça novo programa de preços de medicamentos dos EUA
A Merck entrou com uma ação nesta terça-feira (6) que desafia o novo programa apoiado pela Casa Branca para limitar os preços de medicamentos. A empresa classificou a iniciativa como uma "extorsão" inconstitucional que irá prejudicar a inovação farmacêutica.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, promoveu o Programa de Negociação de Preços de Medicamentos do Medicare, o qual permite que o programa de saúde do governo negocie os preços dos medicamentos caros produzidos por um único fabricante. Mas a gigante farmacêutica, em ação movida em um tribunal federal de Washington, alega que o programa é uma "farsa", porque impõe penalidades financeiras draconianas a empresas cujos medicamentos são selecionados pelo governo.
A Merck espera que seu tratamento Januvia, para diabetes tipo 2, seja escolhido para o programa neste ano, juntamente com o Janumet, outro remédio para diabetes, e que o tratamento contra o câncer Keytruda seja adicionado nos próximos anos.
Segundo as negociações da Lei de Redução da Inflação de 2022, a Merck tem que aceitar os preços propostos pelo governo ou incorrer potencialmente em penalidades de centenas de milhões de dólares, segundo a ação. Em vez de definir os preços unilateralmente, o novo programa incorre em uma "farsa política: permitir ao governo fingir, como já aconteceu, que os preços são fruto de um acordo voluntário com empresas", diz o texto.
"Isto é um teatro político Kabuki", critica a Merck, acrescentando que as estimativas do governo não levam em conta os muitos fracassos dispendiosos durante a pesquisa e o desenvolvimento antes de que se alcance um tratamento bem-sucedido.
H. Müller--BTZ