Google e Apple lutam contra rastreamento por dispositivos
Apple e Google propuseram, nesta terça-feira (2), uma nova especificação técnica, que alerta os usuários quando eles estiverem sendo rastreados por pequenos dispositivos vendidos para localizar objetos pessoais.
Este é o caso dos AirTags da Apple, dispositivos do tamanho de uma moeda, equipados com tecnologia Bluetooth, que são populares entre viajantes, mas que foram usados em casos de assédio. Conectados a um aplicativo, eles permitem acompanhar em tempo real a posição geográfica do objeto a que estiverem ligados, mas também de pessoas que os estejam transportando sem saber.
Os iPhones, por exemplo, já notificam o usuário se detectarem um AirTag próximo (ou os fones de ouvido sem fio da Apple) que não lhe pertença.
A proposta das duas gigantes tecnológicas deve servir para que os dispositivos de rastreamento com Bluetooth se tornem compatíveis com os sistemas de detecção e alerta dos sistemas operacionais iOS e Android. Samsung, Tile e outras fabricantes de dispositivos semelhantes manifestaram seu apoio ao novo padrão da indústria, segundo a declaração conjunta da Apple e do Google.
“Os dispositivos Bluetooth trazem benefícios práticos enormes para os seus usuários, mas também têm potencial de serem usados para rastrear pessoas sem o conhecimento das mesmas, um problema que a indústria têm que resolver", ressalta no comunicado Dave Burke, vice-presidente de Engenharia do Android.
Nos Estados Unidos, várias mulheres entraram com ações contra a Apple no ano passado, depois de serem rastreadas por meio de um AirTag e assediadas. No estado de Indiana, um homem de 26 anos foi morto em junho por sua namorada, que suspeitava de infidelidade e o rastreou com a ajuda de um AirTag, segundo documentos judiciais.
Robert Reeves, porta-voz da polícia de Irving, no Texas, disse à AFP em fevereiro passado que a delegacia da cidade já havia tratado de vários casos envolvendo o acessório da Apple em que a vítima e seu perseguidor se conheciam.
F. Schulze--BTZ