Jogos Olímpicos e Paris, um 'match' para quem busca namoro
Sob as luzes azuis e rosas dos holofotes, a multidão dança ao som do sucesso de Rihanna "We Found Love" na fan zone da prefeitura de Paris, transformada em uma boate ao ar livre.
Os Jogos Olímpicos, que atraem parisienses e visitantes de todo o mundo para uma cidade famosa por seu romance, são uma ótima oportunidade para conhecer pessoas. E tudo começa nos aplicativos.
"À medida que os Jogos se aproximavam, vimos um aumento no número de pessoas que mudaram a localização de seus perfis do Bumble para Paris", disse um porta-voz do aplicativo de namoro.
O Tinder, um de seus rivais, também observou um "aumento de quase 25% na França na atividade de deslizar", em que as pessoas deslizam pelos perfis até encontrarem um que lhes agrade.
O aplicativo Happn, que permite conectar pessoas que se cruzam na "na vida real", registrou um aumento de 87% no número de "curtidas" nas instalações olímpicas.
O Stade de France, seguido pela Torre Eiffel, registrou o maior número de "crushes", ou seja, dois usuários que "gostam" um do outro, de acordo com o aplicativo francês.
Nos aplicativos, a participação no evento mundial está se tornando uma verdadeira atração e os atletas são muito populares.
O Bumble registrou um "aumento de 133% no número de pessoas que mencionam o termo 'Jogos Olímpicos' em sua biografia na França" em julho, enquanto no Tinder, o número de usuários que indicam que são "olímpicos" (+42%) ou "atletas" (+43%) aumentou.
Aurore, de 25 anos, criou o Tinder para encontrar perfis de atletas "por diversão, não pelo match (sinônimo de crush)", afirmou a estudante.
"Há muitos deles, inclusive atletas franceses", disse a parisiense, que é cética: "Parte de mim acha que são perfis falsos.
"Eles são atletas olímpicos de verdade", disse à AFP Sofia Elizabeth, uma influenciadora americana de 22 anos que iniciou conversas com vários atletas no Hinge.
Ela contou que sente uma "conexão" real com um nadador americano em particular.
Quando seu "par" premiado ganhou uma medalha de ouro, a jovem publicou um vídeo que agora tem mais de 20 milhões de visualizações em suas contas do TikTok e do Instagram.
"Eu disse a mim mesma: 'Esta é uma história de amor'", ri a mulher da Califórnia, que ainda mantém contato com o campeão olímpico.
Não é preciso estar na região de Paris, nos estádios ou nas fan zones para encontrar os atletas virtualmente.
No entanto, é preciso ter cuidado com os aplicativos de namoro, em especial o Grindr, que é dedicado ao namoro gay e desativou as opções de localização de perfis na Vila Olímpica para garantir a segurança dos atletas.
"Se você não é um atleta 'assumido' ou é de um país onde ser membro da comunidade LGBTQIAPN+ é perigoso ou ilegal, usar o Grindr pode expô-lo ao risco de ser desmascarado por curiosos que tentam identificá-lo", explicou o aplicativo de encontros em julho.
A. Madsen--BTZ