Jornalista investigativa russa é gravemente agredida na Chechênia
Uma jornalista investigativa russa que trabalha para o jornal independente Nóvaya Gazeta foi hospitalizada após ser agredida na Chechênia, informou a ONG de direitos humanos Memorial nesta terça-feira (4).
Elena Milashina, especialista em Chechênia, foi agredida depois de viajar para a república russa do Cáucaso para cobrir um julgamento, de acordo com a Memorial.
"Elena Milashina quebrou os dedos e às vezes perde a consciência", disse a ONG em um comunicado. "Seu corpo inteiro está coberto de hematomas", acrescentou.
O carro que levava a jornalista e seu advogado Alexander Nemov foi atacado por "homens armados" na estrada do aeroporto para a capital chechena Grozny, segundo a Memorial.
"Eles os chutaram brutalmente, até no rosto, ameaçaram matá-los com uma arma apontada para a cabeça" enquanto diziam "saiam daqui e não escrevam nada", disse a mesma fonte.
A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) declarou-se "horrorizada com esta agressão selvagem".
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou que o presidente russo, Vladimir Putin, foi informado do ataque. "Este é um ataque muito sério que requer medidas fortes", acrescentou Peskov.
Elena Milashina despertou a ira das autoridades chechenas por documentar execuções extrajudiciais.
Em fevereiro de 2022, ela teve que deixar temporariamente a Rússia, segundo seu jornal, após ameaças do líder checheno Ramzan Kadyrov, que a chamou de "terrorista".
F. Burkhard--BTZ