Papa condena uso 'imoral' da força no Líbano e em Gaza
O papa Francisco condenou o uso "imoral" da força no Líbano e em Gaza, e pareceu pedir moderação a Israel, neste domingo (29) ao retornar de sua visita à Bélgica.
Questionado a bordo do avião sobre as consequências para os civis dos bombardeios israelenses em Gaza e no Líbano, o pontífice respondeu: "Um país que usa a força para agir desta forma, seja qual for o país, que age de forma tão excessiva, (presta-se a) ações imorais".
"A defesa deve ser sempre proporcional ao ataque. Quando não é assim, surge uma tendência dominante que vai além da moralidade", respondeu o jesuíta argentino de 87 anos à pergunta de um jornalista americano.
"Mesmo na guerra, há uma moral a defender. A guerra é imoral, mas as regras da guerra indicam uma forma de moralidade", acrescentou Francisco.
O Exército israelense efetuou dezenas de novos ataques contra o Hezbollah no vizinho Líbano neste domingo, dois dias depois de matar seu líder, Hassan Nasrallah.
Depois de celebrar a missa dominical no estádio nacional de Bruxelas, o papa expressou a sua "dor" pela escalada do conflito no Oriente Médio e pediu um cessar-fogo imediato no Líbano.
Sobre o conflito em curso na Faixa de Gaza, o pontífice repetiu que fala por telefone “todos os dias [com] a paróquia de Gaza” e que é informado das “crueldades que acontecem ali”.
O Ministério da Saúde de Gaza, governado pelo movimento islamista Hamas, anunciou este domingo um balanço atualizado de 41.595 mortos no território palestino desde o início da guerra com Israel, há quase um ano.
Segundo o comunicado, 96.251 pessoas ficaram feridas desde 7 de outubro, quando eclodiu o conflito.
O. Petrow--BTZ