Procurador-geral da Venezuela convoca advogado de González para reunião
O advogado do candidato opositor venezuelano Edmundo González Urrutia informou que o procurador-geral o convocou para uma reunião nesta quarta-feira (4), às 17h (18h de Brasília), dois dias depois de ter sido emitido um mandado de prisão contra o diplomata.
"Recebi uma ligação da secretaria do gabinete do procurador-geral da República me convocando para uma reunião às 17h, a qual comparecerei", disse à imprensa o advogado José Vicente Haro, que mais cedo entregou um documento legal em nome de González, com pedidos para "não criminalizar" a política e evitar uma "perseguição".
"Tenho uma reunião prevista com o procurador-geral da República [Tarek William Saab] sobre essa carta", apontou o advogado, "e atenderemos às preocupações que ele julgar pertinentes".
González, que denuncia fraude na reeleição do presidente Nicolás Maduro e afirma ter vencido a disputa, é procurado, entre outros crimes, por "desobediência às leis" e "conspiração". O opositor está na clandestinidade há um mês.
A investigação contra o diplomata se concentra na divulgação de cópias de atas eleitorais em uma página da internet. Ele também é acusado de "usurpação de funções" e "sabotagem".
A oposição liderada por María Corina Machado afirma que esta plataforma é a prova da vitória de González com mais de 60% dos votos na eleição em que Maduro foi proclamado reeleito para um terceiro mandato, sem que as autoridades apresentassem detalhes da apuração, como exige a lei.
O documento que Haro levou ao Ministério Público e que motivou a reunião justifica as ausências de seu cliente nas três convocações emitidas por este órgão, as quais resultaram no pedido de prisão.
"Em termos gerais, contém as razões do ponto de vista constitucional, jurídico e legal, pelas quais ele não compareceu ao Ministério Público, à representação que foi indicada", afirmou Haro mais cedo. "Há uma situação de indefensibilidade, de impossibilidade de garantir seu direito à defesa, ao devido processo."
Machado também está na clandestinidade.
Opositores e juristas afirmam que a justiça venezuelana opera a serviço do chavismo.
A. Bogdanow--BTZ