Irã executa dois homens condenados por profanar o Alcorão
Dois homens foram enforcados no Irã depois que foram acusados de queimar um exemplar do Alcorão e insultar o profeta Maomé, anunciou nesta segunda-feira (8) a agência de informações da autoridade judicial do país, Mizan Online.
Sadrollah Fazeli Zarei e Youssef Mehrdad, declarados culpados de "insultar o profeta Maomé e outras blasfêmias, incluindo queimar o Alcorão", foram enforcados na manhã desta segunda-feira, de acordo com o site da agência.
De acordo com a justiça iraniana, Mehrdad criou um "grupo muito seguido" na internet para "propagar o ateísmo" no Irã.
Também afirma que as autoridades encontraram no smartphone do acusado um vídeo "com referência à queima do Alcorão".
A examinar os dispositivos eletrônicos de Fazeli Zare, os investigadores identificaram uma "conta popular" que promovia o "ateísmo" e "insultava os valores religiosos", acrescentou a justiça do país.
Um dos acusados confessou em março de 2021 que havia publicado os insultos nas redes sociais, de acordo com a Mizan.
As ONGs de defesa dos direitos humanos afirmam que as "confissões" no Irã são obtidas com torturas.
O Irã é o segundo país do mundo que mais executa pessoas, atrás apenas da China, de acordo com a Anistia Internacional e outras organizações.
Em 2022, o número de pessoas executadas no país aumentou 75% na comparação com o ano anterior, informaram em abril as ONGs 'Iran Human Rights' (IHR), com sede na Noruega, e 'Ensemble contre la Peine de Mort' (ECPM), com sede na França.
Ao menos 582 pessoas foram executadas na República Islâmica em 2022, um recorde desde 2015, contra 333 em 2021, de acordo com as duas organizações.
H. Müller--BTZ